Blog pessoal de Jose Carlos Della Vedova, um dos membros do "Fórum Agenda 21 Guapimirim"





AGENDA 21 COMPERJ
Perguntas e Respostas

1. O que é Agenda 21?

A Agenda 21 é um documento que propõe redirecionar o desenvolvimento para a direção apontada pelas idéias associadas à sustentabilidade do planeta. Foi aprovado por 179 países que participaram da Rio 92 - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - realizada em 1992 no Rio de Janeiro.

Com a Agenda 21, a comunidade internacional assumiu compromissos com a mudança da matriz de desenvolvimento no século XXI. O termo "Agenda" foi concebido no sentido de planejamento, desejo de mudanças para um novo modelo de civilização, e para novos padrões de produção e consumo onde predomine o equilíbrio entre o crescimento econômico, a justiça social e o respeito ao meio ambiente.

Na prática, Agenda 21 é um processo de planejamento participativo que envolve a implantação de um Fórum da Agenda 21, composto por governo e sociedade civil, responsável pela construção de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, que reflita os anseios, desejos e necessidades locais por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazo, com os respectivos meios e responsabilidades do governo e demais setores da sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses projetos e ações.

2. O que é Desenvolvimento Local Sustentável em um processo de Agenda 21?

A Agenda 21 adota o conceito de Desenvolvimento Local Sustentável definido por Tânia Zapata: “transformação de estruturas e de sistemas visando uma melhora durável da qualidade de vida da comunidade. Não se trata de um simples arranjo local, como, por exemplo, a resolução de alguns problemas específicos. O conceito de desenvolvimento local se apóia na idéia de que as localidades e territórios dispõem de recursos econômicos, humanos, institucionais, ambientais e culturais, além de economias de escala não exploradas, que constituem seu potencial de desenvolvimento”.

3. Por que Agenda 21 Comperj?

O modelo empresarial clássico de relacionamento com partes interessadas, baseado no convencimento, está superado. Em seu lugar, busca-se o diálogo para um engajamento de todos os setores sociais no planejamento de um futuro sustentável.

A Agenda 21 estimula o exercício da cidadania, a mobilização social e a formação de parcerias entre os diversos setores da sociedade para o alcance da sustentabilidade social, ambiental e econômica.

A Petrobras tem consciência da importância desse diálogo permanente para o desenvolvimento sustentável dos municípios da área de influência do Comperj e quer garantir a esta e às futuras gerações da região uma vida digna em um meio ambiente saudável e equilibrado.

4. Qual é a metodologia da Agenda 21 Comperj?

É o roteiro metodológico utilizado pelo Ministério do Meio Ambiente para Agendas 21 Locais, o Passo a Passo da Agenda 21 Local que envolve as seguintes etapas: (1) Mobilização para sensibilizar Governo e Sociedade; (2) Criação de um Fórum da Agenda 21 Local; (3) Elaboração de um Diagnóstico Participativo; (4) Elaboração de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável; (5) Implementação do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável; (6) Monitoramento e avaliação do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável.

5. Quais são as premissas dessa metodologia?

(1) Abordagem multissetorial e sistêmica envolvendo as dimensões econômica, social e ambiental; (2) construção de consensos e parcerias, a partir da realidade atual, para o futuro desejado; (3) planejamento estratégico participativo: a Agenda 21 não pode ser um documento de governo, e sim um projeto de toda a sociedade; (4) envolvimento constante dos atores sociais no estabelecimento de parcerias, aberto à participação e envolvimento das pessoas, instituições e organizações da sociedade; (5) processo tão importante quanto o produto; (6) consensos para superação de entraves do atual processo de desenvolvimento - o processo participativo da Agenda 21 pressupõe que governo e sociedade sentem-se à mesa para diagnosticar os problemas, entender os conflitos envolvidos e acordar formas de resolvê-los.

6. A Agenda 21 Comperj é ação compensatória do licenciamento?

Não. O fomento à construção da Agenda 21 é ação voluntária, para além das obrigações legais regulatórias de licenciamento pautadas pelas orientações da Instrução Técnica da Feema. Se o EIARIMA se encontra nos marcos da Responsabilidade Civil, a Agenda 21 Comperj está entre as iniciativas de Responsabilidade Socioambiental.

7. A Agenda 21 se sobrepõe às políticas governamentais?

Não, ela se integra às políticas governamentais. Por ser um processo que envolve necessariamente governo e sociedade civil, a Agenda 21 é resultado de um acordo coletivo para o desenvolvimento sustentável. O cumprimento desse acordo reflete-se na inserção de várias ações, projetos e programas consensuados na Agenda 21 nos Planos Plurianuais municipais (PPA). Outras ações podem apontar parcerias entre organizações da sociedade civil, em reforço de políticas públicas.

8. Como está estruturada a governança da Agenda 21 Comperj?

O Grupo Gestor, constituído pelo Ministério do Meio Ambiente, Secretaria do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e Petrobras, delibera sobre a metodologia e monitora a execução dos trabalhos.

A Fundação José Pelúcio, que possui consultores professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), é responsável pela coordenação executiva das quatro ONGs, estas responsáveis pela coordenação operacional dos encontros setoriais e municipais.

No nível municipal, a instância deliberativa final sobre o conteúdo dos diagnósticos participativos e planos locais de desenvolvimento sustentável é o Fórum Municipal da Agenda 21 Local. Além disso, cada município tem quatro representantes no Fórum Regional da Agenda 21 Comperj, que é responsável pelo monitoramento dos encontros e andamento das Agendas 21 municipais; tem caráter consultivo ao Grupo Gestor e a tarefa de facilitar a integração de ações que tenham caráter regional ou de grupo de municípios.

9. Quais são as ONGs executoras?

Instituto Ipanema. Contato: ipanema@institutoipanema.net

ISER – Instituto de Estudos da Religião. Contato: iser@iser.org.br

Associação Projeto Roda Viva. Contato: meioambiente@rodaviva.org.br

10. Qual será o papel das ONGs executoras?

Inicialmente, cada ONG será responsável pelo trabalho junto a um setor da Agenda 21 Comperj: Instituto Ipanema (1º. setor); ISER (2º setor); Roda Viva (3º setor); ASA (Comunidades). Serão realizados 3 encontros setoriais para diagnóstico participativo, 3 encontros setoriais para plano local de desenvolvimento sustentável, e pelo menos 5 encontros de cada Fórum Municipal da Agenda 21, que contarão com o trabalho conjunto das ONGs. Tudo isso em 40 semanas, num total de 435 encontros.

Depois, novamente em conjunto, ajudarão na consolidação e na publicação das 15 Agendas 21 Locais. Ao final do processo de construção, as Agendas 21 ficarão sob exclusiva responsabilidade dos Fóruns Municipais e Regional.

11. Quais serão os produtos da Agenda 21 Comperj?

Serão gerados 435 relatórios de reuniões, 60 diagnósticos setoriais, 60 planos setoriais de desenvolvimento sustentável, 15 diagnósticos participativos, 15 Planos Locais de Desenvolvimento Sustentável e 15 Agendas 21 Locais.

12. Quem pode participar das reuniões?

Todos os cidadãos são convidados, podem e devem participar das reuniões da Agenda 21. Basta comparecer às reuniões do seu setor.

13. Eu pertenço a qual setor?

1º Setor: participam os representantes de órgãos públicos ou de empresas públicas. Exemplo: Prefeitura, Câmara dos Vereadores, Receita Federal, Cedae, Correios, Defesa Civil, Escolas Públicas etc.

2º Setor: participam os representantes de Empresas, Indústrias, Comércio, Serviços, Escolas Particulares etc.

3º Setor: participam os representantes de ONGs, Sindicatos, Associações de classe, Clubes, Fundações etc.

Comunidades: participam os representantes de Associações de Moradores, Colônias de Pescadores, Entidades Comunitárias etc. Você também poderá participar da reunião das comunidades enquanto cidadão.

14. Qual é a diferença entre o Fórum Regional da Agenda 21 Comperj e o Fórum Comperj?

O Fórum Regional da Agenda 21 Comperj tem por objetivo acompanhar a construção e implementação dos Planos Locais de Desenvolvimento Sustentável definidos nas 15 Agendas 21 Locais Comperj. Cada representante deste Fórum foi escolhido pelo seu setor/município durante o I Encontro do Fórum Regional Comperj, realizado em Itaboraí-RJ, em agosto de 2007. O Estatuto deste Fórum pode ser acessado em www.petrobras.com.br/comperj

Já o Fórum Comperj (Fórum Permanente para o Desenvolvimento da Área de Influência) foi instituído pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, através do decreto 40.916, de 28 de agosto de 2007 e conta com a participação de todas as secretarias de Estado, além das seguintes entidades: Ministério das Cidades, Conleste, Alerj, BNDES, CEF, UFF, UFRJ, UFRRJ, Petrobras, Firjan, Fecomércio, Sebrae, Senai, ONIP, FUP, Apedema e Concrecomperj. Foi criado para ajudar a sociedade a maximizar os benefícios e amenizar ou compensar impactos desfavoráveis do empreendimento. O texto do Decreto pode ser obtido no Diário Oficial, pesquisando pela data de publicação: 13/06/06.

GRUPO GESTOR:
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE DO RIO DE JANEIRO
PETROBRAS

MOBILIZE-SE!!! PARTICIPE!!!

O que é a Agenda 21?




A AGENDA 21 LOCAL é um processo participativo, multissetorial de construção e implementação de um plano de ação estratégico dirigido às questões prioritárias para o desenvolvimento sustentável em diferentes territorialidades - município, consórcio de municípios, bioma, bacia hidrográfica, etc. Seu objetivo principal é , portanto, a formulação e implementação de políticas públicas, por meio de metodologia participativa, que produza um plano de ação para o alcance de um cenário de futuro desejável pela comunidade local e, que leve em consideração a análise das vulnerabilidades e potencialidades de sua base econômica, social, cultural e ambiental. É importante que a noção de ‘processo contínuo’ esteja sempre presente ao falar-se de Agenda 21, que não deve ser entendida como um único acontecimento, documento ou atividade. No processo de desenvolvimento de uma Agenda 21 Local, a comunidade aprende sobre suas deficiências e identifica suas potencialidades e recursos; dessa forma estará apta a fazer as escolhas que vão torná-la uma comunidade sustentável.

Consulte "Mundo Sustentável" por André Trigueiro




Não há mais tempo a perder. Estamos todos juntos no mesmo barco e inúmeros indicadores apontam na mesma direção: se não dermos a devida resposta à ameaça que nos espreita, ficaremos marcados na História como a civilização que teve a competência de diagnosticar a maior de todas as tragédias ambientais sem que isso tenha justificado uma ampla mobilização da sociedade. Esta é a razão pela qual muitos estudiosos classificam o aumento do aquecimento global como um problema ético: sabemos que ele existe, nos reconhecemos como agentes do processo e, ainda assim, pouco ou nada fazemos no sentido de enfrentar a situação com a seriedade e o senso de urgência que o assunto requer.
É chegado o momento de reconhecer o inimigo para enfrentá-lo com consciência e determinação. Ele é invisível, não tem cheiro nem faz mal à saúde, mas quando aglomerado aos bilhões de toneladas na atmosfera por conta da queima progressiva de petróleo, gás natural e carvão (as queimadas no Brasil também entram na conta e, no caso específico da Amazônia, a área verde que virou fumaça no ano passado equivale em tamanho a Israel), tem o poder de mudar o clima, o ciclo das chuvas, o nível dos oceanos e a expectativa de vida de inúmeras espécies e ecossistemas. Jamais experimentamos algo parecido numa escala de tempo tão curta.
O dióxido de carbono (CO2) aparece no Tratado de Kyoto como o mais importante gás de efeito estufa, mas para que o acordo internacional saísse do papel foram definidos prazos e metas bastante modestos: uma redução média de 5% nas emissões de gases de efeito estufa dos países desenvolvidos entre 2008 e 2012 em relação às emissões destes mesmos países ocorridas em 1990, quando o mínimo necessário seria de 60% (ou mesmo 80%, como aponta o recém lançado Relatório Stern, assinado pelo ex-Economista Chefe do Banco Mundial). Mesmo reconhecendo que a substituição dos combustíveis fósseis por outras fontes de energia deva acontecer de forma gradual, o ritmo das mudanças é extremamente lento. O mérito de Kyoto é dar início a um processo que, embora já tenha produzido alguns resultados importantes, se arrasta em passo de tartaruga enquanto as mudanças climáticas vêm a galope.
Tão importante quanto o comprometimento dos países em reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, principalmente de CO2, são as iniciativas individuais. O que cada um de nós está disposto a fazer nesse sentido? Que pequenas mudanças podemos aplicar em nossa rotina em favor desse objetivo maior? Mudança é uma palavra que assusta, e que muitos de nós associamos de imediato a sacrifício. Nem sempre é assim. Avalie o que lhe convém, considerando que cada tonelada a menos de carbono na atmosfera faz toda a diferença.
Vejamos alguns exemplos do que é possível fazer hoje em benefício de um futuro menos traumático:
1) Transportes: Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, as maiores emissões de CO2 têm origem nos automóveis. Sempre que possível, deixe o carro na garagem e privilegie o uso de transportes públicos. Estima-se que 80% de nossos deslocamentos diários se resolvam num raio de 5 km de distância, o que abre caminho para o uso de bicicletas ou pequenas caminhadas. Se o uso do carro for inevitável, prefira os modelos flex rodando a álcool, com motores sempre regulados, pneus calibrados e aceleração baixa.
2) Árvores: As espécies vegetais estocam carbono nas raízes, troncos, galhos e folhas. Quanto mais árvores plantarmos, mais carbono estaremos retirando da atmosfera. O inverso é rigorosamente verdadeiro: para cada árvore destruída haverá mais carbono agravando o aquecimento global.
3) Construções inteligentes: Luz e ventilação naturais demandam um consumo menor de energia. Certos materiais usados no revestimento de casas e escritórios também ajudam a conservar a temperatura ambiente de modo agradável, sem a necessidade de ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado.
4) Consumo: Um estilo de vida consumista acelera a exaustão dos recursos naturais. Todos os produtos demandam matéria-prima e energia para existir. Quem consome muito além do necessário agrava a pressão sobre os estoques de energia, com reflexos importantes sobre as emissões de CO2. Apesar do que apregoam muitas campanhas publicitárias, é possível ser feliz com menos, bem menos do que aparece nos comerciais.
5) Neutralizando as emissões: A Copa do Mundo da Alemanha foi a primeira da História a neutralizar totalmente as emissões de gases estufa. Com precisão germânica, a organização do evento estimou a quantidade de CO2 emitida pelos 3 milhões de visitantes e investiu em projetos que retiraram da atmosfera a mesma quantidade de gás estufa. Isso já está sendo feito no Brasil e no mundo em shows de música, lançamentos de livros ou CDs. Para muitos empresários, esse é um excelente filão de negócios na direção da responsabilidade social corporativa.
Seria ótimo se a responsabilidade de reduzir as emissões de CO2 fosse apenas dos países. Mas estamos sendo convocados individualmente à ação enquanto consumidores, eleitores e habitantes de um país em desenvolvimento, categoria apontada pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU como bastante vulnerável às turbulências que vêm por aí. Podemos e devemos nos antecipar a isso.
André Trigueiro