Blog pessoal de Jose Carlos Della Vedova, um dos membros do "Fórum Agenda 21 Guapimirim"





Cidadania em Ação - Agenda 21 Comperj - Memória Petrobras

Exposição Virtual
Está no ar a exposição que nos ajuda a
conhecer o início de uma história onde sociedade,

empresas e governo se uniram para planejar um futuro
promissor para todos.


O Memória Petrobras agradece a sua colaboração e o convida a recordar conosco essa
aventura.


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http://www.petrobras.com.br/minisite/memoria/cidadaniaemacao/

Acesse o website AGENDA 21 COMPERJ

Vinte anos depois da Eco 92, os quinze municípios da Agenda 21 Comperj se reúnem em um só lugar, para que todo mundo saiba que a luta pela preservação do planeta não pode parar.

Na sessão de Boas Práticas, você fica por dentro de iniciativas sustentáveis que ajudam a cuidar do planeta.

Inspire-se!

E tem mais! Agora, uma página exclusiva de cada município traz a história, fotos, notícias e uma nova área de participantes: você que ajudou a construir a Agenda 21 tem um cantinho especial.

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Equipe do site Agenda 21 Comperj.

PETROBRAS RELACIONAMENTO - Agenda21COMPERJ & Você





Confira as últimas informações sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido entre os integrantes dos fóruns da Agenda 21 Comperj e os órgãos públicos, setor privado, organizações sem fins lucrativos e comunidade da região onde será instalado o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.


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Aprovado o Regimento e eleita a Coordenação Executiva Colegiada do Fórum da AGENDA 21 GUAPIMIRIM.

ASSEMBLEIA o REGIMENTO do FORUM AGENDA 21 GUAPIMIRIM

Fórum da Agenda 21 de Guapimirim

Diretoria Executiva 2011/2012 - Colegiado, é composta pelos seguintes membros: Coordenadora Eliani Mayerhofer, Secretárias Executivos: Marlene Maria Rodrigues e Marcia Monaco. 
Assembleias e Reuniões Gerais do FÓRUM AGENDA 21 GUAPIMIRIM
Todia dia 21 (Vinte e um) de cada mês - Reuniões da AGENDA 21 GUAPIMIRIM abertas à população

Caso o dia 21 caia num final de semana ou feriado, as nossas Reuniões do FORUM 21 GUAPIMIRIM serão automaticamente adiadas para o dia útil seguinte.
Os membros fundadores do Fórum da Agenda 21 de Guapimirim, realizaram no dia 26 de março de 2009, as 19:00, no Instituto Tecnoarte, na rua Professor Rocha Faria, 265, Centro, Guapimirim, RJ, a terceira Assembleia Geral, de 2009, e aprovaram por unanimidade o Regimento e elegeram a Coordenação Executiva Colegiada do Fórum.

A reunião presidida por Juçara Cerqueira e secretariada por Gilson Machado de Abreu e Maria Emilia Nascimento. A plenária do Fórum da Agenda 21 de Guapimirim, teve inicio com a leitura de um texto sobre a Prudência, feito por Eliani Mayerhofer, com o objetivo de fazer o grupo refletir de que forma os membros do fórum devem agir.

A AGENDA 21 - Video do MMA




AGENDA 21
CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO


Em 1992, o Rio de Janeiro foi sede da Conferência das Nações Unidas sobre
Meio Ambiente e Desenvolvimento, promovida e patrocinada pela ONU –
Organizações das Nações Unidas. Esse evento resultou na aprovação da Agenda
21, documento que consagra os mais elevados princípios de defesa do bem
mais importante que o homem tem a seu dispor, que é a própria Terra.



A Agenda 21 reúne uma série de encontros e debates promovidos pelas Nações
Unidas sobre o meio ambiente e suas relações com o desenvolvimento. O foco
da Agenda 21 é a reflexão em torno de atos e gestos que estão sendo praticados
pelo homem em relação à natureza, o que num futuro bem próximo fará com
que nos privemos das riquezas naturais.



A Agenda 21 está estruturada por áreas de programas apresentadas em quatro seções:
I Seção – Dimensões sociais e econômicas.
II Seção – Conservação e gerenciamento dos recursos para desenvolvimento.
III Seção – Fortalecimento do papel dos grupos principais.
IV Seção – Meios de implementação.



As questões abordadas em cada seção da Agenda 21 estão voltadas para os
problemas prementes de hoje e têm o objetivo de preparar o mundo para os
desafios deste novo século. A premissa básica do documento reflete um consenso
mundial e o mais profundo comprometimento e compromisso político quanto
ao desenvolvimento e à cooperação ambiental.



Toda e qualquer estimativa de custo que venha a compor as áreas do programa
deverá ser apreciada pelas agências e organizações implementadoras. As áreas
de programas que constituem a Agenda 21 são descritas como bases para a
ação, os objetivos, as atividades e os meios de implementação, dentro das seções
a serem examinadas na seqüência. Uma característica da Agenda 21 é o seu
dinamismo, ou seja, ela respeita as diferentes situações, capacidades e
prioridades dos países e regiões, sempre levando em consideração todos os
princípios estabelecidos na Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento.



A Agenda 21 é um marco, pois é o início de uma nova ordem mundial em prol
do desenvolvimento sustentável.
Considera-se que o marco do processo de mudanças que vivem a sociedade
contemporânea é o relatório Nosso Futuro Comum, da Comissão Mundial sobre
o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela Resolução 38/161 da ONU,
presidida pela Primeira-Ministra da Noruega, Gro Brundtland. O documento
definiu o conceito de desenvolvimento sustentável, como: “desenvolvimento
que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”.



A Agenda 21 é um documento que contem compromissos dos países ricos em
relação aos países pobres, onde cada país participante será responsável em
incorporar às suas políticas públicas, com base no desenvolvimento sustentável,
com o objetivo de compatibilizar a melhoria da qualidade de vida da população,
proporcionando o crescimento econômico em sintonia com o meio ambiente.
Os mesmos princípios servem de modelo à elaboração de propostas de Agendas
21 em âmbito nacional, estadual e local.



A Resolução 44/228 da ONU, que convocou a Conferência RIO-92, reconhece
que “pobreza e degradação ambiental se encontram intimamente relacionadas”
e, “se há uma síntese possível para este final de século, pode-se caracterizá-la
como o esgotamento de um estilo de desenvolvimento que se mostrou
ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto”.
Na seqüência, apresentam-se as quatro seções, com seus respectivos capítulos,
que compõem a Agenda 21.



SEÇÃO I – DIMENSÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS



Capítulo 1 – Preâmbulo
A Agenda 21 aponta os graves problemas por que passa a humanidade e faz
uma conclamação a todas as nações para se unirem em prol do desenvolvimento
sustentável. Adverte para o fato de que o êxito da sua execução é da
responsabilidade dos Governos, e para concretizá-la são cruciais as estratégias,
os planos, as políticas e os processos nacionais, sendo que a cooperação
internacional deverá complementar e apoiar esses esforços. O sistema da ONU
e outras organizações internacionais devem desempenhar um papel importante
nessa cooperação. A participação pública e o envolvimento das ONGs
(Organizações Não-Governamentais) devem ser estimulados.



Capítulo 2 – Cooperação Internacional para Acelerar o Desenvolvimento
Sustentável dos Países em Desenvolvimento e Políticas
Internas Correlatas.

Aqui a ênfase está dada ao estabelecimento de uma nova parceria. Situação
esta imposta pelos Estados, que têm como papel enfrentar os desafios do meio
ambiente e do desenvolvimento. Essa parceria faz com que todos os Estados
passem a dialogar de forma permanente e construtiva, conscientes da
necessidade de atingir uma economia eficiente e eqüitativa em nível mundial.
O desenvolvimento sustentável deve se tornar um item prioritário na agenda da
comunidade internacional. O êxito da parceria só se dará pela superação dos
confrontos e pela busca de um clima de cooperação e solidariedade. A
cooperação internacional na questão ambiental deve ser concebida com o intuito
de complementar e apoiar as políticas econômicas internas saudáveis, nos países
desenvolvidos e nos países em desenvolvimento.
Fica reconhecido que são necessários esforços mundiais no sentido de relacionar
os elementos da economia internacional à carência que a humanidade apresenta
de desfrutar um meio ambiente natural seguro e estável. Para a viabilidade desse
relacionamento, a Agenda 21 traz como áreas de programa os seguintes tópicos:
a) Promoção do desenvolvimento sustentável por meio do comércio.
Tem como base um sistema de comércio multilateral aberto, eqüitativo, seguro,
não-discriminatório e previsível. Compatível com os objetivos do desenvolvimento
sustentável, deverá resultar na distribuição da produção mundial com a visão da
vantagem comparativa, trazendo benefícios a todos os parceiros comerciais.
b) Estabelecimento de um apoio recíproco entre comércio e meio ambiente.
O reforço entre as políticas sobre meio ambiente e as políticas sobre comércio
é de fundamental importância. Um sistema comercial aberto e multilateral
possibilita maior eficiência na alocação e no uso dos recursos, contribui, dessa
forma, com o aumento da produção e dos lucros, e conseqüentemente diminui
as pressões sobre o meio ambiente. Tendo em vista essa orientação, a
Cooperação Internacional vem crescendo e desencadeando esforços para fazer
frente aos problemas ambientais mundiais. Sempre que necessário, aplicam-se
regulamentações, com vistas à proteção do meio ambiente.
c) Oferta de recursos financeiros suficientes aos países em desenvolvimento.
O aporte de recursos financeiros é o ponto primordial para que os países em
desenvolvimento consigam atingir o crescimento econômico necessário para a
melhora da qualidade de vida de suas populações e ao atendimento de suas
necessidades básicas. Esse investimento deve ser de ordem interna e externa.
d) Estímulo a políticas econômicas favoráveis ao desenvolvimento sustentável.
Há clima internacional desfavorável que vem afetando os países em
desenvolvimento. A mobilização de recursos internos torna-se especialmente
importante no fomento ao desenvolvimento sustentável. É importante estabelecer
a reforma das políticas econômicas, que promovem o planejamento e a utilização
eficiente dos recursos, para o desenvolvimento sustentável por meio de políticas
econômicas e sociais saudáveis, respeitando as diferenças de cada país.



Capítulo 3 – Combate à Pobreza
Este capítulo apresenta como área de Programas a capacitação de todas as
pessoas, visando atingir meios sustentáveis de subsistência, considerando que
a pobreza é um problema complexo e multidimensional. São desafios para
toda comunidade nacional e internacional erradicar a pobreza e a fome, e
promover a eqüidade na distribuição de renda e no desenvolvimento de recursos
humanos. Todos os países têm como responsabilidade conjunta o combate à
pobreza. Há algumas recomendações da Agenda 21voltadas à erradicação da

pobreza e ao fortalecimento de programas nas áreas de política de emprego, de
geração de renda, acesso à educação básica, respeito à diversidade cultural e
delegação de poderes às comunidades locais.



Capítulo 4 – Mudança dos Padrões de Consumo
A questão da mudança é um tema amplo e abrangente, que será indicado em
diversos momentos da Agenda 21, principalmente naqueles que tratam de
energia, transportes, resíduos, instrumentos econômicos e transferência de
tecnologia. A mudança dos padrões de consumo exigirá estratégias variadas,
centradas na demanda, no atendimento às necessidades básicas dos pobres e
na redução do desperdício e do uso de recursos finitos no processo de produção.
As áreas de programa que compõem este capítulo são:
a) Exame dos padrões insustentáveis de produção e consumo.
Os padrões de consumo e produção provocam o agravamento da pobreza e
dos desequilíbrios no meio ambiente. Para que se possa melhorar e proteger o
meio ambiente, é preciso considerar os atuais desequilíbrios nos padrões
mundiais de consumo e produção.
b) Desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais de estímulo a
mudanças nos padrões insustentáveis de consumo.
Com vistas à qualidade ambiental e desenvolvimento sustentável, será necessária
eficiência na produção e mudanças nos padrões de consumo, para garantir a
prioridade ao uso dos recursos e à redução do desperdício ao mínimo.
Tendo como estratégias o que segue:
• Estimular o uso mais eficiente da energia e dos recursos;
• Reduzir os resíduos ao mínimo, estimulando a reciclagem, a introdução de
novos produtos ambientalmente saudáveis;
• Usar o poder de compra dos governos para estimular padrões de consumo e
produção ambientalmente saudáveis;
• Estabelecer políticas de preços que incorporem os custos ambientais,
fornecendo indicações aos consumidores e produtores sobre estes custos;
• Reforço aos valores que apóiam o consumo responsável por meio da
educação, de programas de esclarecimento público, publicidade de produtos
ambientalmente saudáveis
.



Capítulo 5 – Dinâmica Demográfica e Sustentabilidade
Este capítulo preocupa-se em tratar das questões voltadas ao desenvolvimento
e à difusão de conhecimentos sobre os vínculos entre tendências e fatores
demográficos e desenvolvimento sustentável, bem como a formulação de
políticas nacionais integradas para o meio ambiente e desenvolvimento. A
implementação de programas integrados de meio ambiente e desenvolvimento
no plano local deverá ser valorizada, e as políticas nacionais de controle
demográfico deverão estar em conformidade com a liberdade, a dignidade e os
valores pessoais dos indivíduos.



Capítulo 6 – Proteção e Promoção das Condições da Saúde Humana
Entendendo que saúde e desenvolvimento estão interligados, as ações da Agenda
21 estão voltadas para as necessidades de atendimento primário da saúde da
população mundial. A questão da saúde deve ser tratada de forma intersetorial,
ou seja, educação, habitação, obras públicas etc., também de maneira
preventiva, que não se limitem a medidas destinadas a remediar e tratar. O foco
da Agenda 21, quanto a este programa, é fazer com que os países percebam a
necessidade de desenvolver planos de forma cooperativa, para as ações da
saúde. A saúde depende de um ambiente propício, da existência de
abastecimento seguro de água, de serviços de saneamento, de abastecimento
seguro de alimentos e de nutrição.



Capítulo 7 – Promoção do Desenvolvimento Sustentável dos
Assentamentos Humanos

O objetivo é melhorar a qualidade social, econômica e ambiental dos
assentamentos humanos e as condições de vida e de trabalho de todas as pessoas,
em especial das pessoas sem rendimentos de áreas urbanas e rurais. Como
todas as ações da Agenda 21, esta área de programa deve ser trabalhada com
atividades de cooperação técnica.
As áreas de programas para os assentamentos humanos são: oferecer a todos
habitação; aperfeiçoar o gerenciamento dos assentamentos; promover o
planejamento e o gerenciamento sustentável do uso da terra; prover infraestrutura
ambiental integrada; prover sistemas sustentáveis de energia e
transporte; promover atividades sustentáveis na indústria da construção, e
promover o desenvolvimento dos recursos humanos e da capacitação institucional
e técnica para o aperfeiçoamento dos assentamentos humanos. As estratégias e
as atividades voltadas para os assentamentos devem ser tratadas de modo integrado
com outras contempladas na Agenda, tais como: saúde, proteção à atmosfera,
proteção aos recursos de água doce e manejo dos resíduos sólidos.



Capítulo 8 – Integração entre Meio Ambiente e Desenvolvimento na
Tomada de Decisões
A base de ação é o sistema de tomada de decisões, vigentes em muitos países
que tendem a separar os fatores econômicos, sociais e ambientais nos planos
políticos, de planejamento e de manejo. Pretende influenciar toda a sociedade,
ou seja, Governos, indústrias e indivíduos, com fundamental importância no
que diz respeito ao desenvolvimento sustentável. Portanto, deve-se buscar meios
para garantir a coerência entre planos, políticas e instrumentos das políticas
setoriais, econômicas, sociais e ambientais, inclusive as medidas fiscais e de
orçamento, nos diversos níveis de atuação.
Para que se possa alcançar uma abordagem integrada, alguns dos pontos
relevantes são:
• Exame das políticas, estratégias e planos governamentais, visando a uma
integração gradual entre meio ambiente e desenvolvimento;
• Fortalecimento das estruturas institucionais para permitir essa plena
integração, por meio de uma estrutura jurídica e regulamentadora eficaz;
• Utilização eficaz dos instrumentos econômicos e dos incentivos de mercado;
• Estabelecimento de sistemas integrados de contabilidade ambiental e econômica.
Tratando-se dos problemas relativos ao meio ambiente e desenvolvimento,
instrumentos como preço, mercado, políticas fiscais e econômicas desempenham
papel fundamental e complementar no estabelecimento de atitudes e
comportamentos. Dentre estes instrumentos está o princípio do poluidor-pagador
e do usuário-pagador. A idéia é inverter a tendência de tratar o meio ambiente
como um bem gratuito, repassando os custos da degradação ambiental para
outros setores da sociedade, outros países e outras gerações.



SEÇÃO II – CONSERVAÇÃO E GERENCIAMENTO DOS RECURSOS PARA
DESENVOLVIMENTO



Capítulo 9 – Proteção da Atmosfera
Este é um empreendimento amplo e multidimensional, pois tratar da proteção
da atmosfera envolve vários setores da atividade econômica. A recomendação
dada neste programa é que os Governos e outros organismos se esforcem para
proteger a atmosfera. A meta é melhorar a compreensão dos processos que
afetam a atmosfera da Terra em escala mundial, regional e local e dos que por
ela são afetados, incluindo-se os processos físicos, químicos, geológicos,
biológicos, oceânicos, hidrológicos, econômicos e sociais.
A Agenda 21 tem por finalidade realizar os objetivos e metas do Protocolo de
Montreal de 1977 e da Convenção de Viena de 1985, bem como aliviar os
efeitos adversos da radiação ultravioleta que atinge a superfície da Terra em
decorrência da destruição e modificação da camada de ozônio. A Agenda 21
identifica, também, a necessidade de estabelecer e fortalecer os acordos
regionais, como, por exemplo, a Convenção da Comissão Econômica Européia
sobre Poluição Atmosférica Transfronteiriça de Longo Alcance, de 1979
.



Capítulo 10 – Abordagem Integrada do Planejamento e do Gerenciamento
dos Recursos Terrestres

O presente capítulo trata da reorganização e, quando necessário, de um certo
fortalecimento da estrutura de tomada de decisões, inclusive das políticas em
vigor, dos procedimentos de planejamento e gerenciamento e dos métodos que
possam contribuir para a efetivação de uma abordagem integrada dos recursos
terrestres. Um dos objetivos deste capítulo é o de criar mecanismos para facilitar
a intervenção e a participação ativa de todos os interessados, especialmente
das comunidades e populações locais, nos processos de tomadas de decisões,
relativos ao gerenciamento do uso da terra
.



Capítulo 11 – Combate ao Desflorestamento
Entendendo que há deficiências importantes nas políticas, nos métodos e
mecanismos adotados para apoiar e desenvolver os múltiplos papéis ecológicos,
econômicos, sociais e culturais de árvores, florestas e áreas florestais é que se
define como área de programa a manutenção desses múltiplos papéis. Para
isso, torna-se necessário reforçar as instituições nacionais voltadas ao assunto
florestas e fortalecer a aptidão humana, técnica e profissional, visando formular
e implementar com eficácia política, planos, programas, pesquisas e projetos
sobre manejo, conservação e desenvolvimento sustentável de todos os tipos de
florestas, bem como os derivados delas
.



Capítulo 12 – Manejo de Ecossistemas Frágeis:
A Luta contra a Desertificação e a Seca
O foco neste capítulo é a questão ligada a recursos terrestres nos desertos, bem
como em áreas áridas, semi-áridas e subúmidas secas. A área de programa é o
fortalecimento da base de conhecimentos e desenvolvimento de sistemas de
informação e monitoramento para regiões propensas à desertificação e seca,
sem esquecer os aspectos econômicos e sociais desses ecossistemas.
Quanto se fala em ecossistemas frágeis, incluem-se os desertos, as terras semiáridas,
as montanhas, as terras úmidas, as ilhotas e determinadas áreas costeiras.
A maioria desses ecossistemas tem dimensões regionais e transcende as fronteiras
nacionais. A desertificação, que resulta de múltiplos fatores, inclusive das
variações climáticas e das atividades humanas, atinge atualmente 1/6 da
população e se estende por cerca de 1/4 da superfície terrestre. Para combater
à desertificação, as prioridades são os programas de natureza preventiva para
as terras não atingidas ou levemente degradadas.
As áreas de programas estabelecidas para tratar das questões de manejo de
ecossistemas são:
• Fortalecimento da base de conhecimentos e desenvolvimento de sistemas
de informação e de monitoramento para as regiões propensas à desertificação
e secas;
• Combate à degradação do solo – para as áreas não afetadas, ou levemente
afetadas. Esse programa objetiva implantar um manejo apropriado das
formações naturais, com vistas à conservação da biodiversidade, à proteção
das bacias hidrográficas e à sustentabilidade da produção. Para as terras
secas e seriamente desertificadas o objetivo é a sua regeneração visando ao
uso produtivo;
• Empreender programas acelerados de florestamento e reflorestamento usando
espécies resistentes à seca e de crescimento rápido;
• Implantar urgentemente medidas preventivas introduzindo melhores práticas
de uso da terra;
• Promover fontes de energia que aliviem as pressões sobre os recursos florestais.
Capítulo 13 – Gerenciamento de Ecossistemas Frágeis:
Desenvolvimento Sustentável das Montanhas
As montanhas têm um papel fundamental, pois são umas fontes importantes de
água, energia e diversidade biológica, além de fornecerem recursos como
minérios, produtos florestais e agrícolas. Mas é necessário ficar atento à mutação
rápida que vêm passando os ecossistemas das montanhas. Eles são vulneráveis
à erosão acelerada do solo, deslizamentos de terras e rápida perda da diversidade
genética e de habitat. Quanto ao homem, verifica-se um estado generalizado
de pobreza entre os habitantes das montanhas. Como resultado fica a
preocupação, pois a maior parte das áreas montanhosas do mundo está
experimentando degradação ambiental. Portanto, o objetivo é empreender um
estudo dos diferentes tipos de solos, florestas, usos da água, plantio e recursos
animais e vegetais dos ecossistemas das montanhas, considerando o trabalho
de organizações internacionais e regionais existentes.



Capítulo 14 – Promoção do Desenvolvimento Rural e Agrícola Sustentável
O presente capítulo apresenta uma previsão alarmante: no ano 2025 estima-se
que 83% de uma população mundial de 8,5 bilhões de pessoas estará vivendo
nos países em desenvolvimento.
A agricultura encontra-se diante do imenso desafio de aumentar a produção da
terra sem provocar a sua exaustão. Portanto, no sentido de assegurar o sustento
de uma população em expansão é preciso dar prioridade à manutenção e ao
aperfeiçoamento da capacidade das terras agrícolas de maior potencial. Porém,
a necessidade de conservação e a reabilitação dos recursos naturais das terras
com menor potencial são de extrema importância, mas com o objetivo de manter
uma razão homem/terra sustentável.
Para atingir esse objetivo, a Agenda 21 estabeleceu áreas de programas que
possibilitem a revisão, o planejamento e a programação integrada da política
agrícola com vistas a elaborar recomendações que contribuam diretamente para
o desenvolvimento de planos e programas de médio e longo prazo reais e
operacionais. Para isso, os Governos devem, entre outras atividades, analisar
suas políticas agrícolas e de segurança alimentar, bem como implementar
políticas que influenciem positivamente a ocupação da terra, considerando as
tendências demográficas, os movimentos populacionais e as áreas críticas para
a produção agrícola.



Capítulo 15 – Conservação da Diversidade Biológica
A melhoria, a conservação da diversidade biológica e o uso sustentável dos
recursos biológicos são o objetivo deste capítulo. Bens e serviços essenciais do
nosso planeta dependem da variedade e variabilidade dos genes, espécies, das
populações e dos ecossistemas. Os recursos biológicos nos alimentam, nos
vestem e nos proporcionam moradia, remédios e alimento espiritual. Portanto,
o atual declínio da diversidade biológica resulta em grande parte da atividade
humana, e representa uma séria ameaça ao desenvolvimento humano.
Para nortear os trabalhos foram estabelecidos outros objetivos, tais como:
• Desenvolver estratégias nacionais para a conservação da diversidade biológica;
• Reconhecer e fomentar os métodos tradicionais e os conhecimentos das
populações indígenas e suas comunidades para a conservação da diversidade
biológica e o seu uso sustentável, enfatizando o papel específico das mulheres;
• Implementar mecanismos para melhoria, geração, desenvolvimento e uso
sustentável da biotecnologia e para a sua transferência segura;
• Adotar medidas apropriadas para a repartição justa e eqüitativa dos benefícios
advindos da pesquisa e desenvolvimento, bem como do uso dos recursos
biológicos e genéticos, inclusive da biotecnologia.



Capítulo 16 – Manejo Ambientalmente Saudável da Biotecnologia
A biotecnologia é um campo emergente com grande concentração de conhecimento,
é um conjunto de técnicas que possibilitam a realização, pelo homem, de
mudanças específicas em plantas, animais e sistemas microbianos, conducentes
a produtos e tecnologias úteis. A biotecnologia em si mesma não pode resolver
todos os problemas fundamentais do meio ambiente e do desenvolvimento,
portanto, é necessário dosar as expectativas com realismo. Promete, no entanto,
melhorar significativamente a área de saúde, com maior segurança alimentar por
meio de práticas agrícolas sustentáveis melhores abastecimento de água potável,
maior eficiência de matérias primas, apoio para métodos sustentáveis de
florestamento e reflorestamento, e a desintoxicação dos resíduos perigosos.
Uma das atividades do programa está relacionada a manejo. A proposta é que
os Governos, no nível apropriado, com o apoio de organizações internacionais
e regionais, do setor privado, de organizações não-governamentais e de
instituições acadêmicas e científicas, desenvolvam políticas e mobilizem recursos
adicionais para facilitar um maior acesso às novas biotecnologias, especialmente
pelos países em desenvolvimento e entre esses países.



Capítulo 17 – Proteção dos Oceanos, de Todos os Tipos de Mares –
Inclusive Mares Fechados e Semifechados – e das Zonas
Costeiras, e Proteção. Uso Racional e Desenvolvimento de
seus Recursos Vivos

As áreas de programas neste capítulo têm como foco o gerenciamento integrado
e desenvolvimento sustentável das zonas costeiras e marinhas, inclusive zonas
econômicas exclusivas, a proteção do meio ambiente marinho e o uso sustentável
e a conservação dos recursos marinhos vivos de alto-mar. Tem como objetivo o
comprometimento dos Estados costeiros a praticar um gerenciamento integrado
e sustentável das zonas costeiras e do meio ambiente marinho sob suas
jurisdições nacionais. A Agenda 21 estabelece os direitos e as obrigações dos
Estados, e oferece a base internacional sobre a qual devem apoiar-se as atividades
voltadas para a proteção e o desenvolvimento sustentável do meio ambiente
marinho e costeiro, bem como seus recursos. Neste capítulo também está
mencionada a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, de forma
a não prejudicar a posição de qualquer Estado no que diz respeito à assinatura,
ratificação ou adesão à referida Convenção.



Capítulo 18 – Proteção da Qualidade e do Abastecimento dos Recursos
Hídricos: Aplicação de Critérios Integrados no
Desenvolvimento, Manejo e Uso dos Recurso Hídricos
A hidrosfera da Terra é composta pelos recursos de água doce, componente
essencial e parte indispensável de todos os ecossistemas terrestres. A água é
necessária em todos os aspectos da vida. O programa tem como objetivo
assegurar que se mantenha uma oferta adequada de água de boa qualidade
para toda a população do planeta, ao mesmo tempo em que se preserve a
função hidrológica, biológica e química dos ecossistemas, adaptando as
atividades humanas aos limites da capacidade da natureza e combatendo vetores
de moléstias relacionadas com a água. A preocupação é com o planejamento e
manejo integrados dos recursos, evitando, assim, a escassez generalizada, a
destruição gradual e o agravamento da poluição dos recursos hídricos em muitas
regiões do mundo.
As áreas de programas deste capítulo são:
• Desenvolvimento e manejo integrado dos recursos hídricos;
• Avaliação dos recursos hídricos;
• Proteção dos recursos hídricos, da qualidade da água e dos ecossistemas
aquáticos;
• Abastecimento de água potável e saneamento;
• Água e desenvolvimento sustentável;
• Água para a produção sustentável de alimentos e desenvolvimento rural
sustentável;
• Impactos da mudança do clima sobre os recursos hídricos.



Capítulo 19 – Manejo Ecologicamente Saudável das Substâncias Químicas
Tóxicas, Incluída a Prevenção do Tráfico Internacional Ilegal
dos Produtos Tóxicos e Perigosos
Para a discussão a Agenda 21 propõe seis áreas de programas:
• Expansão e aceleração da avaliação internacional dos riscos químicos;
• Harmonização da classificação e da rotulagem dos produtos químicos;
• Intercâmbio de informações sobre os produtos químicos tóxicos e os riscos
químicos;
• Implantação de programas de redução dos riscos;

• Fortalecimento das capacidades e dos potenciais nacionais para o manejo
dos produtos químicos;
• Prevenção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos.


Capítulo 20 – Manejo Ambientalmente Saudável dos Resíduos Perigosos,
Incluindo a Prevenção do Tráfico Internacional Ilícito de
Resíduos Perigosos
É grande a preocupação no plano internacional, quanto ao fato de que parte do
movimento internacional dos resíduos perigosos está sendo feita em transgressão
à legislação nacional e aos instrumentos internacionais existentes, em detrimento
do meio ambiente e da saúde pública de todos os países, principalmente aqueles
em desenvolvimento. A questão de controle efetivo da geração, do
armazenamento, do tratamento, da reciclagem e reutilização, do transporte, da
recuperação e do depósito dos resíduos perigosos é de extrema importância para
a saúde do homem, a proteção do meio ambiente, o manejo dos recursos naturais
e o desenvolvimento sustentável. Essa questão requer a cooperação e participação
ativas da comunidade internacional, dos Governos e da indústria, entendendo
aqui indústria como as grandes empresas industriais, inclusive as empresas
transnacionais e a indústria nacional. O objetivo é impedir, tanto quanto possível,
e reduzir ao mínimo a produção de resíduos perigosos e submeter esses resíduos
a um manejo que impeça a provocação de danos ao meio ambiente.
Como área de programas, definiu-se:
• Promover a prevenção e a redução ao mínimo dos resíduos perigosos;
• Promover e fortalecer a capacidade institucional de manejo de resíduos
perigosos;
• Promover e fortalecer a cooperação internacional em manejo dos movimentos
transfronteiriços dos resíduos perigosos;
• Prevenir o tráfico internacional ilícito dos resíduos perigosos.



Capítulo 21 – Manejo Ambientalmente Saudável dos Resíduos Sólidos e
Questões Relacionadas com os Esgostos
Este assunto foi incorporado à Agenda 21 atendendo o disposto no parágrafo 3
da seção I da Resolução 44/228 da Assembléia Geral, em que ficou estabelecido
que a Conferência deveria elaborar estratégias e medidas para deter e inverter

os efeitos da degradação do meio ambiente no contexto da intensificação dos
esforços nacionais e internacionais, para promover um desenvolvimento
sustentável e ambientalmente saudável em todos os países. A ênfase dos trabalhos
é a proteção da qualidade e da oferta dos recursos de água doce, a promoção
do desenvolvimento sustentável dos estabelecimentos humanos, a proteção e
promoção da salubridade e a mudança dos padrões de consumo.
O presente capítulo trata dos resíduos sólidos como sendo todos os restos
domésticos, comerciais, institucionais, o lixo da rua e os entulhos de construção.
Em determinados países, o sistema de gestão de resíduos sólidos também se
ocupa dos resíduos humanos, tais como excrementos, cinzas de incineradores,
sedimentos de fossas sépticas e de instalações de tratamento de esgoto. O manejo
ambientalmente saudável desses recursos deve contemplar não só a sua
deposição final segura, ou o seu reaproveitamento, mas buscar as suas causas,
procurando mudar os padrões de produção e consumo não sustentáveis. Isso
implica a utilização do conceito de gerenciamento integrado do ciclo de vida
do produto, um instrumento que oferece a oportunidade única de conciliar
desenvolvimento com proteção ao meio ambiente.
A Agenda 21, neste capítulo, apresenta quatro áreas de programas, as quais
estão correlacionadas e se apóiam mutuamente, devendo estar integradas a fim
de constituir uma estrutura ampla e ambientalmente saudável para o manejo
dos sólidos municipais, sendo elas:
• Redução ao mínimo dos resíduos;
• Maximização da reutilização e reciclagem;
• Promoção da disposição e tratamento ambientalmente saudáveis dos resíduos;
• Ampliação da cobertura dos serviços relacionados com os resíduos.



Capítulo 22 – Manejo Seguro e Ambientalmente Saudável dos Resíduos Radioativos
O objetivo dessas áreas de programas é assegurar que os resíduos radioativos
sejam gerenciados, transportados, armazenados e depositados de maneira
segura, tendo em vista proteger a saúde humana e o meio ambiente. Cabe aos
Estados, em cooperação com as organizações internacionais pertinentes,
promover medidas voltadas a apoiar os esforços no sentido de normatizar a
prática para os resíduos radioativos como base internacionalmente aceita para
o manejo e o depósito seguro e ambientalmente saudável desses resíduos.



SEÇÃO III – FORTALECIMENTO DO PAPEL DOS GRUPOS PRINCIPAIS
O compromisso e a participação genuína de todos os grupos sociais terão
uma importância decisiva na implementação eficaz dos objetivos, das políticas
e dos mecanismos ajustados pelos Governos em todas as áreas de programas
da Agenda 21. Como pré-requisito fundamental para alcançar o desenvolvimento
sustentável, fica estabelecida a ampla participação da opinião pública na
tomada de decisões. Portanto, a necessidade de uma sociedade consciente
exige que se preparem indivíduos, grupos e organizações para participarem
em procedimentos de avaliação do impacto ambiental, bem como conhecer
e participar das decisões, principalmente aquelas que possam vir a afetar as
comunidades nas quais vivem e trabalham.
Os próximos capítulos estão estruturados de forma a avançar na direção de
uma autêntica participação pública em apoio aos esforços comuns pelo
desenvolvimento sustentável.



Capítulo 23 – Preâmbulo
O compromisso e a participação de todos os grupos sociais são de fundamental
importância na implementação dos objetivos da Agenda 21.
Indivíduos, grupos e organizações devem ter acesso à informação pertinente ao
meio ambiente e desenvolvimento, detidas pelas autoridades nacionais.
Toda política, definição ou norma que afete o acesso das ONGs ao trabalho das
instituições e organismos das Nações Unidas relacionado com a implentação
da Agenda 21, ou a participação dela nesta trabalho, deve aplicar-se igualmente
a todos os grupos importantes.



Capítulo 24 – Ação Mundial pela Mulher, com vistas a um Desenvolvimento
Sustentável e Eqüitativo

O foco está no endosso estabelecido pela Comunidade Internacional, quanto
aos vários planos de ação, e convenções que permitem a integração plena,
eqüitativa e benéfica da mulher em todas as atividades relativas ao
desenvolvimento. O objetivo é propor aos Governos nacionais a implementação
de estratégias prospectivas para o progresso da mulher, particularmente em
relação à participação da mulher no manejo nacional dos ecossistemas e no
controle da degradação ambiental. Ao lado disso, pretende-se aumentar a
proporção de mulheres nos postos de decisão, planejamento, assessoria técnica,
manejo e divulgação no campo de meio ambiente e desenvolvimento.
Os Governos devem se dedicar ativamente a implementar as atividades
elencadas pela Agenda 21, entre elas:
• Medidas para examinar políticas e estabelecer planos a fim de aumentar a
proporção de mulheres que participem como responsáveis pela tomada de
decisões, planejadoras, gerentes, cientistas e assessoras técnicas na formulação,
no desenvolvimento e na implementação de políticas e programas para o
desenvolvimento sustentável;
• Medidas para fortalecer e dar poderes a organismos, organizações nãogovernamentais
e grupos femininos a fim de aumentar o fortalecimento
institucional para o desenvolvimento sustentável;
• Programas para apoiar e aumentar as oportunidades de emprego em
condições de igualdade e remuneração eqüitativa da mulher nos setores
formal e informal, com sistemas e serviços de apoio econômico, político
e sociais adequados que compreendam o cuidado das crianças, em
particular creches e licença para os pais, e acesso igual a crédito, terra e
outros recursos naturais.



Capítulo 25 – A Infância e a Juventude no Desenvolvimento Sustentável
A população mundial jovem é representada por 30%. Tendo em vista esse
indicador, a Agenda 21 estabelece como decisiva a participação da juventude
na tomada de decisões sobre meio ambiente e desenvolvimento, e na
implementação de programas. Portanto, a abrangência deste capítulo é a
promoção do papel da juventude e de sua participação ativa na proteção do
meio ambiente e no fomento do desenvolvimento econômico e social. Tendo
como base a capacidade dos jovens em mobilizar apoio, traçar perspectivas
peculiares que devem ser levadas em consideração. Cada país deverá instituir,
em consulta com suas comunidades de jovens, um processo para promover o
diálogo entre a comunidade da juventude e o Governo em todos os níveis, e
estabelecer mecanismos que permitam o acesso da juventude à informação
dando-lhes a oportunidade de apresentar suas opiniões sobre as decisões
governamentais, inclusive sobre a implementação da Agenda 21.
Na questão das crianças, a Agenda 21 propõe que os Governos devam, de
acordo com suas políticas, tomar medidas para assegurar a sobrevivência, a
proteção e o desenvolvimento delas em conformidade com as mestas
estabelecidas pela Cúpula Mundial da Infância de 1990. Ainda, assegurar que
os interesses da infância sejam plenamente considerados nos processos
decisórios, em favor do desenvolvimento sustentável. Uma das metas
estabelecidas na Agenda 21 é a ratificação da Convenção dos Direitos da
Criança – Resolução 44/25 da Assembléia Geral da ONU de 1989. Outra
recomendação é a promoção de atividades primárias de cuidado ambiental,
que atendam às necessidades básicas das comunidades e melhorem o ambiente
das crianças em seus lares. A mobilização da comunidade por meio de escolas
e centros de saúde é uma alternativa para que a criança e seus pais se tornem
centros efetivos de atenção.



Capítulo 26 – Reconhecimento e Fortalecimento do Papel das Populações
Indígenas e suas Comunidades
As populações indígenas e suas comunidades, que representam um percentual
significativo da população mundial, têm uma relação histórica com suas terras
e, em geral, descendem dos habitantes originais dessas terras. As populações
indígenas e suas comunidades devem desfrutar a plenitude dos direitos humanos
e das liberdades fundamentais, sem impedimentos ou discriminações. Sua
capacidade de participar plenamente das práticas de desenvolvimento
sustentável em suas terras tendeu a ser limitada, em conseqüência de fatores de
natureza econômica, social e histórica. Tendo em vista a inter-relação entre o
meio natural, seu desenvolvimento sustentável e o bem-estar cultural, social,
econômico e físico das populações indígenas, os esforços nacionais e
internacionais de implementação de um desenvolvimento ambientalmente
saudável e sustentável devem reconhecer, acomodar, promover e fortalecer o
papel das populações indígenas e suas comunidades, tomando por base os
instrumentos de política pública para implementar e aperfeiçoar a Convenção
sobre a Diversidade Biológica.

Capítulo 27 – Fortalecimento do Papel das Organizações Não-Governamentais:
Parceiros para um Desenvolvimento Sustentável

A democracia participativa tem se fortalecido com o papel que as organizações
não-governamentais vêm desempenhando, na modelagem e implementação.
A sua credibilidade está sustentada sobre o papel responsável e construtivo que
desempenham na sociedade. As organizações formais e informais, bem como
os movimentos populares, devem ser reconhecidas como parceiras na
implementação da Agenda 21. A comunidade mundial vem enfrentando um
grande desafio na busca da substituição dos padrões de desenvolvimento
insustentável por um desenvolvimento ambientalmente saudável e sustentável.
O objetivo é fazer com que a sociedade, os Governos e os organismos
internacionais desenvolvam mecanismos para permitir que as organizações nãogovernamentais
desempenhem seu papel de parceiras com responsabilidade e
eficácia no processo de desenvolvimento sustentável e ambientalmente saudável.



Capítulo 28 – Iniciativas das Autoridades Locais em Apoio à Agenda 21
Como muitos dos problemas e soluções tratados na Agenda 21 têm suas raízes
nas atividades locais, é necessário o envolvimento das autoridades das próprias
regiões nos processos de planejamento. Como nível de governo mais próximo
do povo, desempenham um papel fundamental na educação, mobilização e
resposta ao público, em favor de um desenvolvimento sustentável.
Deve-se fomentar parceria entre órgãos internacionais com o objetivo de melhorar
e ampliar as instituições já existentes que trabalham nos campos da capacitação
institucional e técnica das autoridades locais e no manejo do meio ambiente.
Todas as autoridades locais de cada país devem ser estimuladas a implementar
e movimentar programas a assegurar a representação da mulher e da juventude
nos processos de tomada de decisões, planejamento e implementação.
O intercâmbio de informações, experiências e assistência técnica deve
ser incentivado.



Capítulo 29 – Fortalecimento do Papel dos Trabalhadores e de seus Sindicatos
Para a implementação do desenvolvimento sustentável, cabe o envolvimento e
ajustes de oportunidades aos níveis nacionais e empresariais e à classe dos
trabalhadores, que estará entre os primeiros interessados. O objetivo é abrandar
a pobreza e o emprego pleno e sustentável, que contribui para ambientes seguros,
limpos e saudáveis.
Para esse fim são necessárias as seguintes ações:
• Promover a ratificação das convenções da OIT (Organização Internacional
do Trabalho) e a promulgação de legislações em apoio a elas;
• Estabelecer mecanismos bipartites e tripartites sobre segurança, saúde e
desenvolvimento sustentável;
• Aumentar o número de acordos ambientais coletivos;
• Reduzir os acidentes, ferimentos e moléstias do trabalho;
• Aumentar a oferta de educação, capacitação e atualização para os
trabalhadores, em particular nas áreas de saúde e segurança.
Os trabalhadores devem ser envolvidos a participar plenamente da implementação
e avaliação das atividades relacionadas com a Agenda 21.



Capítulo 30 – Fortalecimento do Papel do Comércio e da Indústria
Para o desenvolvimento econômico e social de um país, o papel do comércio e
da indústria é de fundamental importância. O objetivo principal do processo de
desenvolvimento é, sem dúvida, o resultado das atividades do comércio e da
indústria. As empresas comerciais, grandes e pequenas, formais e informais,
proporcionam oportunidades importantes de intercâmbio, emprego e
subsistência. As oportunidades comerciais disponíveis para a mulher estão
contribuindo para o desenvolvimento profissional dela, fortalecendo seu papel
econômico e transformando os sistemas sociais. O comércio e a indústria,
inclusive as empresas transnacionais e suas organizações representativas, devem
participar plenamente da implementação e avaliação das atividades da Agenda
21. O objetivo é aumentar a eficiência da utilização de recursos, inclusive com
o aumento da reutilização e reciclagem de resíduos.
Como área de programas, fica estabelecido o que segue:
• Promoção de uma população mais limpa;
• Promoção da responsabilidade empresarial.



Capítulo 31 – A Comunidade Científica e Tecnológica
A ênfase deste capítulo é possibilitar que a comunidade científica e tecnológica
integrada (engenheiros, arquitetos, urbanistas etc.) contribua de forma mais aberta
e efetiva com os processos de tomada de decisões relativas ao meio ambiente e
desenvolvimento. Isto para que possa haver lugar para a cooperação em todos
os níveis, bem como melhorar o intercâmbio de conhecimentos entre o público
em geral, a fim de que políticas e programas possam ser melhores formuladas,
compreendidas e apoiadas.
As áreas de programas estão voltadas à busca da melhoria da comunicação e
cooperação entre a comunidade, os responsáveis pelas decisões e o público
em geral. É de fundamental importância a interação entre estes segmentos a fim
de implementar estratégias de desenvolvimentos disponíveis. O objetivo de uma
das áreas de programa é desenvolver, melhorar e promover a aceitação
internacional de códigos de conduta e diretrizes relacionadas com a ciência e a
tecnologia, nas quais se leva em conta a integridade dos sistemas de sustentação
da vida e se aceita o importante papel que elas representam na compatibilização
das necessidades do meio ambiente e do desenvolvimento.
A Agenda 21 recomenda algumas atividades, a saber:
• Fortalecer a cooperação nacional e internacional, considerando a Declaração
do Rio de Janeiro, os códigos e as diretrizes existentes;
• Fortalecer os grupos nacionais de assessoria sobre ética ambiental e do
desenvolvimento a fim de promover uma estrutura de valores comuns para a
comunidade científica e tecnológica e toda a sociedade;
• Ampliar o ensino e a capacitação, quanto às questões de ética ambiental e
do desenvolvimento, para integrar estes objetivos aos currículos de ensino e
às prioridades das pesquisas.



Capítulo 32 – Fortalecimento do Papel dos Agricultores
Um terço da superfície da Terra é ocupada pela agricultura, que constitui a
atividade central de grande parte da população mundial. As atividades agrícolas
estão intimamente ligadas com a natureza, agregando valor por meio da
produção de recursos renováveis, ao mesmo tempo em que se tornam
vulneráveis à exploração excessiva e ao manejo inadequado. A área de programa
traz como proposta uma abordagem centrada no agricultor, que é a chave para
alcançar a sustentabilidade tanto nos países desenvolvidos como naqueles em
desenvolvimento. O ponto fundamental é a motivação dos agricultores, e as
políticas governamentais que proporcionam incentivos para que sejam gerenciados
recursos naturais de maneira eficiente e sustentável.
Os trabalhos da Agenda 21 contemplam também o desenvolvimento sustentável
das populações que vivem em ecossistemas marginais e frágeis. Os Governos e
as organizações de agricultores têm o papel de criar mecanismos para
documentar, sintetizar e difundir experiências locais de conhecimentos, práticas
e projetos. Também o estabelecimento de redes, visando ao intercâmbio de
experiências relacionadas com a agricultura, que ajudem a conservar os recursos
do solo, hídricos e florestais, a reduzir ao mínimo o uso de produtos químicos e
reduzir ou reutilizar os resíduos agrícolas.



SEÇÃO IV – MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO



Capítulo 33 – Recursos e Mecanismos de Financiamento
O foco deste capítulo está na identificação de meios que proporcionam
recursos financeiros novos e adicionais, principalmente para os países em
desenvolvimento. A Agenda 21 trabalha em torno do crescimento econômico,
do desenvolvimento social e da erradicação da pobreza, como prioridades
absolutas dos países em desenvolvimento, que são essenciais para alcançar
os objetivos nacionais e mundiais de sustentabilidade. Devemos ficar atentos
aos benefícios mundiais que derivarão da implementação da Agenda 21: o
oferecimento aos países em desenvolvimento de meios eficazes, de recursos
financeiros e tecnologia, sem os quais dificilmente poderão cumprir plenamente
os seus compromissos.



Capítulo 34 – Transferência de Tecnologia Ambientalmente Saudável,
Cooperação e Fortalecimento Institucional.
A necessidade de acesso a tecnologias ambientalmente saudáveis e de sua
transferência em condições favoráveis é de grande importância. A cooperação
tecnológica supõe esforços comuns das empresas e dos Governos, ambos
provedores e receptores de tecnologia. As disponibilidades de informação
científicas e tecnológicas são requisitos essenciais para o desenvolvimento
sustentável. O provimento de informação adequada sobre os aspectos ambientais
das tecnologias atuais tem dois componentes inter-relacionados, ou seja,
aperfeiçoar a informação sobre as tecnologias atuais e as mais modernas,
inclusive sobre seus riscos ambientais, e facilitar o acesso às tecnologias
ambientalmente saudáveis. O objetivo principal de um melhor acesso à
informação tecnológica é permitir escolhas com conhecimento de causa que
facilitem aos países o acesso ou a transferência de tecnologias e o fortalecimento
de suas capacidades tecnológicas.



Capítulo 35 – A Ciência para o Desenvolvimento Sustentável
O papel deste capítulo é a utilização das ciências no apoio ao manejo prudente
de meio ambiente e desenvolvimento, para a sobrevivência diária e futuro da
humanidade. Desenvolver o conhecimento científico, melhorar as avaliações
científicas de longo prazo, fortalecer as capacidades científicas em todos os países
e fazer com que as ciências respondam às necessidades que irão surgir é o foco
dessa área de programa. A base para a ação está centrada no desenvolvimento
sustentável, que exige assumir perspectivas de longo prazo, integrar os efeitos
locais e regionais das mudanças mundiais no processo de desenvolvimento, e
utilizar os melhores conhecimentos científicos e tradicionais disponíveis.
O processo de desenvolvimento deve ser avaliado constantemente na busca
dos resultados da pesquisa científica, para assegurar que a utilização de recursos
tenha impactos reduzidos sobre o sistema Terra. O objetivo é que cada país
determine, com o apoio das organizações internacionais, a situação de seus
conhecimentos científicos e de suas necessidades e prioridades de pesquisa,
para alcançarem o mais rápido possível, melhorias em todos os aspectos de
desenvolvimento sustentável.



Capítulo 36 – Promoção do Ensino, da Conscientização e do Treinamento
A Agenda 21 não poderia deixar de contemplar uma área de programa de
fundamental importância para o desenvolvimento do ser humano. E por meio
do processo de ensino, conscientização e treinamento que procuramos satisfazer
as necessidades básicas, o fortalecimento institucional e técnico, dados e
informações, ciência e papel dos principais grupos. As áreas de programas desse
capítulo tratam da:
• Reorientação do ensino no sentido do desenvolvimento sustentável;
• Aumento da consciência pública;
• Promoção do treinamento.
A base para a realização das ações está vinculada à questão de que o ensino,
inclusive o ensino formal, a consciência pública e o treinamento devem ser
reconhecidos como um processo pelo qual os seres humanos e as sociedades
podem desenvolver plenamente suas potencialidades. O ensino tem fundamental
importância na promoção do desenvolvimento sustentável. Ainda que o ensino
básico sirva de fundamento para o ensino em matéria de ambiente e
desenvolvimento, este último deve ser incorporado como parte essencial do
aprendizado. O ensino formal ou informal é indispensável para modificar as
atitudes das pessoas.



Capítulo 37 – Mecanismos Nacionais e Cooperação Internacional para
Fortalecimento Institucional nos Países em Desenvolvimento
Este capítulo nos mostra como desenvolver e melhorar as capacidades nacionais
e as sub-regionais e regionais conexas de desenvolvimento sustentável, com a
participação dos setores não-governamentais. O programa tem como foco a
prestação de apoio por meio de promoção de um processo constante de
participação para determinar as necessidades e prioridades dos países,
relacionadas com a promoção da Agenda 21. É de grande importância o
desenvolvimento dos recursos humanos, técnicos, profissionais, e o
desenvolvimento das capacidades institucionais na agenda dos países, assim
como a melhoria da eficácia das instituições existentes e das organizações nãogovernamentais,
inclusive das instituições científicas e tecnológicas.



Capítulo 38 – Arranjos Institucionais Internacionais
Tem como objetivo a integração das questões de meio ambiente e desenvolvimento
nos planos nacional, sub-regional, regional e internacional, inclusive nos
arranjos institucionais do sistema das Nações Unidas. Como objetivo específico,
foram elencados:
• Assegurar e examinar a implementação da Agenda 21 de forma a alcançar o
desenvolvimento sustentável em todos os países;
• Realçar o papel e funcionamento do sistema das Nações Unidas no campo
do meio ambiente e desenvolvimento.
Todos os organismos, organizações e programas pertinentes do sistema devem
adotar programas concretos para a implementação da Agenda 21. E, em suas
respectivas áreas de competência, devem proporcionar orientação para as
atividades das Nações Unidas ou assessoramento aos Governos, quando solicitado.



Capítulo 39 – Instrumentos e Mecanismos Jurídicos Internacionais
Deve-se levar em consideração o avanço do desenvolvimento do Direito
Internacional para o desenvolvimento sustentável, com especial atenção para
o delicado equilíbrio entre as preocupações com o meio ambiente e com o
desenvolvimento. Também há necessidade de esclarecer e reforçar a relação
entre instrumentos ou acordos internacionais existentes no campo do meio
ambiente. Deve-se considerar sempre as necessidades especiais dos países
em desenvolvimento.



Capítulo 40 – Informação para Tomada de Decisões
No desenvolvimento sustentável, cada pessoa é usuária e provedora de
informação, considerada em sentido amplo, o que inclui dados, informações e
experiências de conhecimentos adequadamente apresentados. A necessidade
de informação surge em todos os níveis, desde o de tomada de decisões
superiores, nos planos nacional e internacional, ao comunitário e individual.
As áreas de programas buscam desenvolver as seguintes questões: redução das
diferenças em matéria de dados e melhoria de disponibilidade da informação.


REFERÊNCIA
SENADO FEDERAL.


Agenda 21 - Conferência das Nações Unidas sobre Meio
Ambiente e Desenvolvimento. 3.ed. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de
Edições, 2001. 598 p.


O FÓRUM da AGENDA 21 LOCAL




O FÓRUM DA AGENDA 21 LOCAL

O processo de preparação da Agenda 21 Local é mais importante do que a Agenda em si. Sua elaboração deve resultar da convergência de um diálogo amplo e o relacionamento entre o governo e sociedade civil é fundamental, bem como a aproximação entre os diferentes atores que compõem esses grupos.

A principal missão do Fórum é representar todos os interesses locais durante o processo de formulação de políticas e de sua implementação.

O Fórum dará subsídios e fará recomendações à Câmara e ao Prefeito, mas não os substitui na tomada de decisões, já que não detém a legitimidade conferida pelo processo eleitoral.


CRIAÇÃO DO FÓRUM

A criação do Fórum de Agenda 21 Local é um dos momentos mais delicados e decisivos de todo o processo da Agenda 21 Local.


O Fórum deve ser inclusivo e formado levando-se em conta a diversidade.
Considerando que a parceria é a base para o sucesso de todo o processo de elaboração e implementação da Agenda 21 Local, o Fórum deverá ter, em sua composição, representantes de todos os segmentos da comunidade, considerando a diversidade local.



O envolvimento de vereadores de todos os partidos e do primeiro escalão municipal facilitará a aceitação e a adoção das recomendações.
Para as primeiras reuniões de discussão sobre a criação, composição e formalização do Fórum, todos os setores da comunidade deverão ser convidados: o setor produtivo ( rural e urbano), as diferentes lideranças comunitárias, representantes dos diversos poderes constituídos (executivo, legislativo e judiciário), igrejas, escolas e universidades, bancos, sindicatos e lideranças de organizações não governamentais.
Não se pode esquecer o equilíbrio de gênero e de etnias e que alguns grupos menos favorecidos precisam de apoio para participar.
É essencial que os participantes de cada setor sejam reconhecidos como representantes pelos seus respectivos grupos, com legitimidade para falar em nome da instituição, assumir posições e tomar decisões.

Composição do Fórum

A composição do Fórum determinará sua legitimidade e também sua capacidade de gerar idéias e consensos. A experiência recomenda que os representantes sejam dinâmicos, tenham disponibilidade de tempo e sejam capazes de trabalhar em grupo.
Ao escolher seus membros é importante levar em consideração o trabalho que será realizado, seus conhecimentos técnicos e a experiência, as pessoas e organizações que serão necessárias na fase de implementação, e a credibilidade de cada um junto aos grupos que representam.
A capacitação dos parceiros é importante para compensar a mobilidade e fatores como dependência da municipalidade, além de ajudar a manter o grupo unido em períodos difíceis.
É útil oferecer um curso permanente de formação sobre Agenda 21 Local, conceitos de sustentabilidade e temas de interesse local.
É preciso determinar o tamanho do Fórum e como ele deve ser equilibrado para representar a comunidade local, garantindo a representatividade de todos os setores. O ideal é que tenha paridade entre governo e sociedade e seja grande o bastante para permitir a representação, mas se mantenha de um tamanho que viabilize o processo de tomada de decisões.
É bom lembrar que no processo de Agenda 21 Local há lugar para todos que quiserem contribuir. Quem não estiver no Fórum, pode fazer parte dos grupos de trabalho.

Os membros do Fórum não são pessoas que de vez em quando se reúnem e trocam idéias. Espera-se que eles dividam a responsabilidade tanto pelo processo de planejamento quanto por seus resultados. Para isso, seu envolvimento precisa ser facilitado através de algum mecanismo institucional. Cada município deverá criar estruturas de organização de acordo com as suas características e necessidades.

REGIMENTO INTERNO
O Fórum da Agenda 21 Local precisa de uma estrutura formal que lhe dê base para se organizar. É importante que não haja incerteza ou desacordo sobre os papéis e as responsabilidades de seus membros e é preciso definir suas regras de funcionamento através de um processo de debates.
A formulação de um estatuto ou regimento interno é uma de suas primeiras tarefas.



Algumas das questões a serem discutidas são: qual o seu objetivo, a freqüência das reuniões, se as mesmas serão públicas ou não, quem as dirigirá, quem fará as minutas e como elas serão divulgadas, como os acordos serão alcançados, ou como as discussões deverão ser registradas quando não se chegar a um consenso, como os membros podem ser mudados, etc.

O regimento interno deverá constar de:
· Missão, objetivos, atribuições
· Freqüência e coordenação das reuniões
· Forma de registro e responsáveis pela confecção e divulgação das minutas
· Como os objetivos serão alcançados
· Tempo de mandato e forma de substituição dos membros
Coordenação do Fórum

Embora alguns municípios determinem que o Prefeito presida o Fórum da Agenda 21 Local para comprometê-lo com a implementação das decisões, é necessário que haja uma coordenação para a condução dos trabalhos. A melhor solução é a eleição e o primeiro mandato pode ser curto, para que com o desdobramento do trabalho o grupo possa identificar a pessoa com o melhor perfil para essa tarefa.

À medida que o grupo for interagindo, será possível identificar alguém com boas habilidades de negociação, que dirija as reuniões com objetividade, sem permitir que algum indivíduo ou grupo prevaleça e que não imponha soluções. Um bom coordenador tem capacidade para organizar e habilidade para equilibrar interesses. É recomendável uma rotação periódica de forma a dispersar tensões políticas.

Secretaria Executiva
Para garantir agilidade e eficácia às resoluções do Fórum da Agenda 21 Local, é necessário o estabelecimento de uma estrutura, na forma de Secretaria Executiva, que deve contar com recursos humanos e financeiros para suprir as necessidades de implementação do processo.
O Fórum precisará de um local para se reunir, sediar a Secretaria Executiva e os meios necessários para que esta trabalhe (telefone, computador, papel, etc.). O ideal é que estas necessidades sejam providas por diversos membros de forma que nenhum fique sobrecarregado ou se sinta “dono” do processo. Outro benefício deste arranjo é que os participantes do Fórum podem começar a aprender como se trabalha em parceria.

Termos de Referência

Uma vez que o escopo do trabalho esteja determinado, as estruturas de parceria definidas e os parceiros identificados, devem ser desenvolvidos termos de referência definindo os papéis e responsabilidades dentro do processo. Os termos de referência devem incluir o seguinte:

· As atividades que serão empreendidas em conjunto;
· Os papéis dos diferentes participantes do processo, incluindo as atividades específicas a serem empreendidas, as informações a serem providas e uma programação para suas contribuições;
· As normas para compartilhar as informações que serão usadas no processo, incluindo aí acordos sobre confidencialidade;
· Os métodos de decisão, inclusive para a resolução de conflitos;
· Os recursos que serão providenciados por cada parceiro, e
· Acordos sobre como os resultados do processo serão integrados às atividades de planejamento do município

Os termos de referência devem ser assinados pelos membros do Fórum da Agenda 21 Local e revistos periodicamente para assegurar-se que estão sendo cumpridos e que estão atualizados.

INSTITUCIONALIZAÇÃO

Formalizar a parceria entre governo e sociedade garante as condições políticas e institucionais necessárias para preparar, acompanhar e avaliar o processo de construção e implementação da Agenda 21 Local.

Um Fórum institucionalizado facilita o exercício democrático e estabelece vínculo estreito com atividades governamentais de planejamento.

Cabe a autoridade local por meio de ato próprio, como portaria ou decreto, criar o Fórum da Agenda 21 Local, ou enviar mensagem à Câmara de Vereadores propondo sua criação. Também é possível criar o Fórum através de projeto de lei proposto por um vereador.
· CRIAÇÃO DE GRUPOS DE TRABALHO

O trabalho a ser desenvolvido pelo Fórum requer a formação de vários grupos de trabalho envolvendo os segmentos interessados, convocando especialistas e membros representativos da sociedade civil e dos diferentes níveis do governo para investigar questões específicas e desenvolver sugestões.

Os Grupos de Trabalho analisam os conhecimentos populares e os resultados da investigação técnica, estabelecendo consenso sobre os problemas locais e seus entraves à sustentabilidade, buscando soluções.

O Fórum poderá criar grupos de trabalho temáticos como, por exemplo, qualidade da água ou grupos dedicados a funções específicas como, por exemplo, comunicação e divulgação.


PARA SABER MAIS:


http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=18
http://www.redeagenda21local.org.br/
http://www.agenda21local.com.br/

AGENDA 21 COMPERJ
Perguntas e Respostas

1. O que é Agenda 21?

A Agenda 21 é um documento que propõe redirecionar o desenvolvimento para a direção apontada pelas idéias associadas à sustentabilidade do planeta. Foi aprovado por 179 países que participaram da Rio 92 - Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento - realizada em 1992 no Rio de Janeiro.

Com a Agenda 21, a comunidade internacional assumiu compromissos com a mudança da matriz de desenvolvimento no século XXI. O termo "Agenda" foi concebido no sentido de planejamento, desejo de mudanças para um novo modelo de civilização, e para novos padrões de produção e consumo onde predomine o equilíbrio entre o crescimento econômico, a justiça social e o respeito ao meio ambiente.

Na prática, Agenda 21 é um processo de planejamento participativo que envolve a implantação de um Fórum da Agenda 21, composto por governo e sociedade civil, responsável pela construção de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável, que reflita os anseios, desejos e necessidades locais por meio de projetos e ações de curto, médio e longo prazo, com os respectivos meios e responsabilidades do governo e demais setores da sociedade local na implementação, acompanhamento e revisão desses projetos e ações.

2. O que é Desenvolvimento Local Sustentável em um processo de Agenda 21?

A Agenda 21 adota o conceito de Desenvolvimento Local Sustentável definido por Tânia Zapata: “transformação de estruturas e de sistemas visando uma melhora durável da qualidade de vida da comunidade. Não se trata de um simples arranjo local, como, por exemplo, a resolução de alguns problemas específicos. O conceito de desenvolvimento local se apóia na idéia de que as localidades e territórios dispõem de recursos econômicos, humanos, institucionais, ambientais e culturais, além de economias de escala não exploradas, que constituem seu potencial de desenvolvimento”.

3. Por que Agenda 21 Comperj?

O modelo empresarial clássico de relacionamento com partes interessadas, baseado no convencimento, está superado. Em seu lugar, busca-se o diálogo para um engajamento de todos os setores sociais no planejamento de um futuro sustentável.

A Agenda 21 estimula o exercício da cidadania, a mobilização social e a formação de parcerias entre os diversos setores da sociedade para o alcance da sustentabilidade social, ambiental e econômica.

A Petrobras tem consciência da importância desse diálogo permanente para o desenvolvimento sustentável dos municípios da área de influência do Comperj e quer garantir a esta e às futuras gerações da região uma vida digna em um meio ambiente saudável e equilibrado.

4. Qual é a metodologia da Agenda 21 Comperj?

É o roteiro metodológico utilizado pelo Ministério do Meio Ambiente para Agendas 21 Locais, o Passo a Passo da Agenda 21 Local que envolve as seguintes etapas: (1) Mobilização para sensibilizar Governo e Sociedade; (2) Criação de um Fórum da Agenda 21 Local; (3) Elaboração de um Diagnóstico Participativo; (4) Elaboração de um Plano Local de Desenvolvimento Sustentável; (5) Implementação do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável; (6) Monitoramento e avaliação do Plano Local de Desenvolvimento Sustentável.

5. Quais são as premissas dessa metodologia?

(1) Abordagem multissetorial e sistêmica envolvendo as dimensões econômica, social e ambiental; (2) construção de consensos e parcerias, a partir da realidade atual, para o futuro desejado; (3) planejamento estratégico participativo: a Agenda 21 não pode ser um documento de governo, e sim um projeto de toda a sociedade; (4) envolvimento constante dos atores sociais no estabelecimento de parcerias, aberto à participação e envolvimento das pessoas, instituições e organizações da sociedade; (5) processo tão importante quanto o produto; (6) consensos para superação de entraves do atual processo de desenvolvimento - o processo participativo da Agenda 21 pressupõe que governo e sociedade sentem-se à mesa para diagnosticar os problemas, entender os conflitos envolvidos e acordar formas de resolvê-los.

6. A Agenda 21 Comperj é ação compensatória do licenciamento?

Não. O fomento à construção da Agenda 21 é ação voluntária, para além das obrigações legais regulatórias de licenciamento pautadas pelas orientações da Instrução Técnica da Feema. Se o EIARIMA se encontra nos marcos da Responsabilidade Civil, a Agenda 21 Comperj está entre as iniciativas de Responsabilidade Socioambiental.

7. A Agenda 21 se sobrepõe às políticas governamentais?

Não, ela se integra às políticas governamentais. Por ser um processo que envolve necessariamente governo e sociedade civil, a Agenda 21 é resultado de um acordo coletivo para o desenvolvimento sustentável. O cumprimento desse acordo reflete-se na inserção de várias ações, projetos e programas consensuados na Agenda 21 nos Planos Plurianuais municipais (PPA). Outras ações podem apontar parcerias entre organizações da sociedade civil, em reforço de políticas públicas.

8. Como está estruturada a governança da Agenda 21 Comperj?

O Grupo Gestor, constituído pelo Ministério do Meio Ambiente, Secretaria do Ambiente do Estado do Rio de Janeiro e Petrobras, delibera sobre a metodologia e monitora a execução dos trabalhos.

A Fundação José Pelúcio, que possui consultores professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), é responsável pela coordenação executiva das quatro ONGs, estas responsáveis pela coordenação operacional dos encontros setoriais e municipais.

No nível municipal, a instância deliberativa final sobre o conteúdo dos diagnósticos participativos e planos locais de desenvolvimento sustentável é o Fórum Municipal da Agenda 21 Local. Além disso, cada município tem quatro representantes no Fórum Regional da Agenda 21 Comperj, que é responsável pelo monitoramento dos encontros e andamento das Agendas 21 municipais; tem caráter consultivo ao Grupo Gestor e a tarefa de facilitar a integração de ações que tenham caráter regional ou de grupo de municípios.

9. Quais são as ONGs executoras?

Instituto Ipanema. Contato: ipanema@institutoipanema.net

ISER – Instituto de Estudos da Religião. Contato: iser@iser.org.br

Associação Projeto Roda Viva. Contato: meioambiente@rodaviva.org.br

10. Qual será o papel das ONGs executoras?

Inicialmente, cada ONG será responsável pelo trabalho junto a um setor da Agenda 21 Comperj: Instituto Ipanema (1º. setor); ISER (2º setor); Roda Viva (3º setor); ASA (Comunidades). Serão realizados 3 encontros setoriais para diagnóstico participativo, 3 encontros setoriais para plano local de desenvolvimento sustentável, e pelo menos 5 encontros de cada Fórum Municipal da Agenda 21, que contarão com o trabalho conjunto das ONGs. Tudo isso em 40 semanas, num total de 435 encontros.

Depois, novamente em conjunto, ajudarão na consolidação e na publicação das 15 Agendas 21 Locais. Ao final do processo de construção, as Agendas 21 ficarão sob exclusiva responsabilidade dos Fóruns Municipais e Regional.

11. Quais serão os produtos da Agenda 21 Comperj?

Serão gerados 435 relatórios de reuniões, 60 diagnósticos setoriais, 60 planos setoriais de desenvolvimento sustentável, 15 diagnósticos participativos, 15 Planos Locais de Desenvolvimento Sustentável e 15 Agendas 21 Locais.

12. Quem pode participar das reuniões?

Todos os cidadãos são convidados, podem e devem participar das reuniões da Agenda 21. Basta comparecer às reuniões do seu setor.

13. Eu pertenço a qual setor?

1º Setor: participam os representantes de órgãos públicos ou de empresas públicas. Exemplo: Prefeitura, Câmara dos Vereadores, Receita Federal, Cedae, Correios, Defesa Civil, Escolas Públicas etc.

2º Setor: participam os representantes de Empresas, Indústrias, Comércio, Serviços, Escolas Particulares etc.

3º Setor: participam os representantes de ONGs, Sindicatos, Associações de classe, Clubes, Fundações etc.

Comunidades: participam os representantes de Associações de Moradores, Colônias de Pescadores, Entidades Comunitárias etc. Você também poderá participar da reunião das comunidades enquanto cidadão.

14. Qual é a diferença entre o Fórum Regional da Agenda 21 Comperj e o Fórum Comperj?

O Fórum Regional da Agenda 21 Comperj tem por objetivo acompanhar a construção e implementação dos Planos Locais de Desenvolvimento Sustentável definidos nas 15 Agendas 21 Locais Comperj. Cada representante deste Fórum foi escolhido pelo seu setor/município durante o I Encontro do Fórum Regional Comperj, realizado em Itaboraí-RJ, em agosto de 2007. O Estatuto deste Fórum pode ser acessado em www.petrobras.com.br/comperj

Já o Fórum Comperj (Fórum Permanente para o Desenvolvimento da Área de Influência) foi instituído pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, através do decreto 40.916, de 28 de agosto de 2007 e conta com a participação de todas as secretarias de Estado, além das seguintes entidades: Ministério das Cidades, Conleste, Alerj, BNDES, CEF, UFF, UFRJ, UFRRJ, Petrobras, Firjan, Fecomércio, Sebrae, Senai, ONIP, FUP, Apedema e Concrecomperj. Foi criado para ajudar a sociedade a maximizar os benefícios e amenizar ou compensar impactos desfavoráveis do empreendimento. O texto do Decreto pode ser obtido no Diário Oficial, pesquisando pela data de publicação: 13/06/06.

GRUPO GESTOR:
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
SECRETARIA DE ESTADO DO AMBIENTE DO RIO DE JANEIRO
PETROBRAS

MOBILIZE-SE!!! PARTICIPE!!!

O que é a Agenda 21?




A AGENDA 21 LOCAL é um processo participativo, multissetorial de construção e implementação de um plano de ação estratégico dirigido às questões prioritárias para o desenvolvimento sustentável em diferentes territorialidades - município, consórcio de municípios, bioma, bacia hidrográfica, etc. Seu objetivo principal é , portanto, a formulação e implementação de políticas públicas, por meio de metodologia participativa, que produza um plano de ação para o alcance de um cenário de futuro desejável pela comunidade local e, que leve em consideração a análise das vulnerabilidades e potencialidades de sua base econômica, social, cultural e ambiental. É importante que a noção de ‘processo contínuo’ esteja sempre presente ao falar-se de Agenda 21, que não deve ser entendida como um único acontecimento, documento ou atividade. No processo de desenvolvimento de uma Agenda 21 Local, a comunidade aprende sobre suas deficiências e identifica suas potencialidades e recursos; dessa forma estará apta a fazer as escolhas que vão torná-la uma comunidade sustentável.

Consulte "Mundo Sustentável" por André Trigueiro




Não há mais tempo a perder. Estamos todos juntos no mesmo barco e inúmeros indicadores apontam na mesma direção: se não dermos a devida resposta à ameaça que nos espreita, ficaremos marcados na História como a civilização que teve a competência de diagnosticar a maior de todas as tragédias ambientais sem que isso tenha justificado uma ampla mobilização da sociedade. Esta é a razão pela qual muitos estudiosos classificam o aumento do aquecimento global como um problema ético: sabemos que ele existe, nos reconhecemos como agentes do processo e, ainda assim, pouco ou nada fazemos no sentido de enfrentar a situação com a seriedade e o senso de urgência que o assunto requer.
É chegado o momento de reconhecer o inimigo para enfrentá-lo com consciência e determinação. Ele é invisível, não tem cheiro nem faz mal à saúde, mas quando aglomerado aos bilhões de toneladas na atmosfera por conta da queima progressiva de petróleo, gás natural e carvão (as queimadas no Brasil também entram na conta e, no caso específico da Amazônia, a área verde que virou fumaça no ano passado equivale em tamanho a Israel), tem o poder de mudar o clima, o ciclo das chuvas, o nível dos oceanos e a expectativa de vida de inúmeras espécies e ecossistemas. Jamais experimentamos algo parecido numa escala de tempo tão curta.
O dióxido de carbono (CO2) aparece no Tratado de Kyoto como o mais importante gás de efeito estufa, mas para que o acordo internacional saísse do papel foram definidos prazos e metas bastante modestos: uma redução média de 5% nas emissões de gases de efeito estufa dos países desenvolvidos entre 2008 e 2012 em relação às emissões destes mesmos países ocorridas em 1990, quando o mínimo necessário seria de 60% (ou mesmo 80%, como aponta o recém lançado Relatório Stern, assinado pelo ex-Economista Chefe do Banco Mundial). Mesmo reconhecendo que a substituição dos combustíveis fósseis por outras fontes de energia deva acontecer de forma gradual, o ritmo das mudanças é extremamente lento. O mérito de Kyoto é dar início a um processo que, embora já tenha produzido alguns resultados importantes, se arrasta em passo de tartaruga enquanto as mudanças climáticas vêm a galope.
Tão importante quanto o comprometimento dos países em reduzir suas emissões de gases de efeito estufa, principalmente de CO2, são as iniciativas individuais. O que cada um de nós está disposto a fazer nesse sentido? Que pequenas mudanças podemos aplicar em nossa rotina em favor desse objetivo maior? Mudança é uma palavra que assusta, e que muitos de nós associamos de imediato a sacrifício. Nem sempre é assim. Avalie o que lhe convém, considerando que cada tonelada a menos de carbono na atmosfera faz toda a diferença.
Vejamos alguns exemplos do que é possível fazer hoje em benefício de um futuro menos traumático:
1) Transportes: Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, as maiores emissões de CO2 têm origem nos automóveis. Sempre que possível, deixe o carro na garagem e privilegie o uso de transportes públicos. Estima-se que 80% de nossos deslocamentos diários se resolvam num raio de 5 km de distância, o que abre caminho para o uso de bicicletas ou pequenas caminhadas. Se o uso do carro for inevitável, prefira os modelos flex rodando a álcool, com motores sempre regulados, pneus calibrados e aceleração baixa.
2) Árvores: As espécies vegetais estocam carbono nas raízes, troncos, galhos e folhas. Quanto mais árvores plantarmos, mais carbono estaremos retirando da atmosfera. O inverso é rigorosamente verdadeiro: para cada árvore destruída haverá mais carbono agravando o aquecimento global.
3) Construções inteligentes: Luz e ventilação naturais demandam um consumo menor de energia. Certos materiais usados no revestimento de casas e escritórios também ajudam a conservar a temperatura ambiente de modo agradável, sem a necessidade de ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado.
4) Consumo: Um estilo de vida consumista acelera a exaustão dos recursos naturais. Todos os produtos demandam matéria-prima e energia para existir. Quem consome muito além do necessário agrava a pressão sobre os estoques de energia, com reflexos importantes sobre as emissões de CO2. Apesar do que apregoam muitas campanhas publicitárias, é possível ser feliz com menos, bem menos do que aparece nos comerciais.
5) Neutralizando as emissões: A Copa do Mundo da Alemanha foi a primeira da História a neutralizar totalmente as emissões de gases estufa. Com precisão germânica, a organização do evento estimou a quantidade de CO2 emitida pelos 3 milhões de visitantes e investiu em projetos que retiraram da atmosfera a mesma quantidade de gás estufa. Isso já está sendo feito no Brasil e no mundo em shows de música, lançamentos de livros ou CDs. Para muitos empresários, esse é um excelente filão de negócios na direção da responsabilidade social corporativa.
Seria ótimo se a responsabilidade de reduzir as emissões de CO2 fosse apenas dos países. Mas estamos sendo convocados individualmente à ação enquanto consumidores, eleitores e habitantes de um país em desenvolvimento, categoria apontada pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU como bastante vulnerável às turbulências que vêm por aí. Podemos e devemos nos antecipar a isso.
André Trigueiro